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“Tokámexer”: o programa que impulsiona a atividade física em casa

26 Maio 2020
O Portomosense

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O Portomosense

26 Mai, 2020

A pandemia mudou a nossa vida, e com ela mudaram também os nossos hábitos. Apesar de todas as consequências negativas que se abateram sobre nós, a população portuguesa soube tirar proveito dos 45 dias de confinamento a que esteve obrigada, com uma maior dedicação à atividade física. Os reflexos positivos do confinamento foram revelados na semana passada, através de um estudo do Instituto Português do Desporto e Juventude que mostra que 45% dos portugueses que não praticavam desporto antes da pandemia, passaram agora a fazê-lo.

Na impossibilidade de se poder praticar exercício ao ar livre durante o tempo em que o país esteve em situação de emergência e consequentemente, com o adiamento de muitas das atividades previstas no projeto Tok’andar, o Gabinete de Desporto do Município de Porto de Mós procurou minimizar essas lacunas com a conceção de um programa a que deu o nome de Tokámexer. O objetivo está intrínseco à própria grafia da palavra: proporcionar atividade física a toda a população que está em isolamento.

O projeto arrancou no passado dia 31 de março e desde então, que todas as terças, quintas e sábados tem levado até a casa dos amantes do exercício físico, assim como à população em geral, vídeos feitos por professores especializados que são transmitidos às 11 e às 17 horas na página de Facebook do Município de Porto de Mós. Apesar de as vantagens da prática de exercício físico serem comummente reconhecidas, esses benefícios ganham outra dimensão em tempos de isolamento. «É muito importante que as pessoas continuem a movimentar-se de forma a levarem estes tempos difíceis de uma forma diferente. Podem ativar a circulação sanguínea, aumentar a mobilidade, o bem-estar físico e mental, a flexibilidade e também andarem mais bem dispostas», explica Maria João Santana, uma das professoras que leciona as aulas do programa Tokámexer.

No geral, as aulas, com uma duração de 15 minutos, são direcionadas para um público muito vasto que pode ir dos 8 aos 80 anos, contudo, algumas são pensadas nas características inerentes a determinada idade. «As aulas de Mobilidade Geral são centradas para uma população mais sénior, por ser uma ginástica menos dinâmica. As aulas Dance Kids Zumba destinam-se mais para as crianças», refere. Além destas, existem outras que por serem aulas um «bocadinho mais puxadas» podem ser realizadas por uma faixa etária mais abrangente que pode ir dos «20 aos 50 anos». São elas: a aula de GAP (glúteos, abdominais e pernas), de Treino Funcional e de Localizada.

Conduzir aulas de exercício físico através de um telemóvel

Natural da freguesia das Pedreiras, Maria João Santana, de 37 anos, é Técnica de Desporto. Enquanto a pandemia não chegava a território nacional e antes de lhe ter sido feito o convite para integrar a equipa do Tokámexer, os seus dias eram passados a colaborar com a Câmara Municipal de Porto de Mós, em projetos como o Ginástica Sénior, a realizar aulas seniores promovidas pela Junta de Freguesia de Porto de Mós e como instrutora de fitness numa academia do concelho.

A “multidão” de alunos que costumava ter à sua frente, hoje em dia deu lugar a uma sala despida de pessoas, onde grava os seus vídeos para um público que está do outro lado do telemóvel. Face à situação atual, estas são agora as únicas aulas possíveis de atividade física que em nada se comparam às que realizava antes da pandemia trocar as rotinas de todos. Uma das principais diferenças é a inexistência de contacto físico. «Não tem nada a ver. Não há interação com os nosso alunos e isso é o mais importante quando estamos a dar uma aula. Não há aquela brincadeira, aquela disposição de estarmos a falar uns com os outros. Deixou de existir a parte social e essa vertente faz muita falta, porque torna-se mais divertido e há mais motivação», descreve Maria João Santana.

A realização de atividade física em casa, sem a supervisão de um professor, também pode acarretar outros problemas que não existiriam caso as aulas fossem dadas in loco. «Nós até podemos ensiná-los a fazer os exercícios de forma correta, mas não estamos lá a ver a maneira como eles estão a executar», alerta. A consciência de que a pessoa do outro lado possa não estar a realizar um exercício da melhor forma, traz responsabilidade e preocupações acrescidas para quem ensina. «Quando estou a fazer um vídeo dou muitas dicas para que os alunos possam fazer como deve ser, mas, ao mesmo tempo, estou sempre a pensar: “Ai meu Deus, deixa-me cá ver se estou a explicar isto da melhor maneira possível”», confessa.

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