Transição para a Central das Artes condiciona visitas ao Museu Municipal

16 Junho 2023

Jéssica Silva

Apesar de quem, por estes dias, passar pelo edifício do Museu Municipal de Porto de Mós poder achar que este se encontra encerrado, como aliás está inscrito numa informação colocada junto à porta, a verdade é que, confrontado com esta situação, o vereador da Cultura do Município, Eduardo Amaral, apressou-se a esclarecer que «embora aparentemente fechado, o museu continua aberto»: «Estamos numa fase de transformação, de passagem para a Central das Artes. Neste momento, o Museu está numa fase de tratamento dos próprios bens e o que estamos a fazer é a limpeza, o tratamento e o expurgo das peças, ordená-las em coleções e inseri-las no sistema informático para que nos permita rapidamente saber qual o tipo de peça, a sua datação e toda a sua história».

Embora as portas estejam efetivamente fechadas, o vereador frisa que o Museu «continua a funcionar», ainda que as visitas estejam um pouco condicionadas. Quem quiser, deverá fazer uma «reserva» antecipada diretamente «junto das técnicas do Museu», que depois acompanharão a visita. Por enquanto, as visitas realizadas são dirigidas, sobretudo, a grupos de estudo que vêm com o intuito de analisar uma determinada peça do espólio. «Temos recebido alguns cientistas que fazem a sua reserva, vêm e estudam o objeto, inclusivamente porque temos aqui um osso de dinossauro ou uma carapaça de uma tartaruga que são únicos no país», revela. Nos outros casos, em que alguém manifeste vontade de visitar o museu, mas sem que tenha o objetivo de ver alguma peça em particular, Eduardo Amaral explica que são recebidos na Central das Artes, onde estão patentes várias exposições temporárias.

Por agora, os dias são de grande azáfama no Museu Municipal, pelo menos para as quatro pessoas responsáveis pelo processo de mudança de passar todo o acervo para o edifício da Central das Artes. «As peças têm que ir devidamente cuidadas e temos que ter a certeza que não levam determinados germes que possam contaminar tudo o resto que lá está, uma vez que também irá funcionar a parte de arquivo. As peças estão a ser embaladas, cuidadas e divididas em coleções específicas e depois irão para a Central, de forma a poderem ser expostas», descreve Eduardo Amaral. Este é um trabalho minucioso que, acredita, «nunca tem fim», sobretudo devido à colaboração da população que faz questão de enriquecer o espólio museológico: «Felizmente, todos os dias temos pessoas que nos querem dar património para o Museu. É sinal que a comunidade se mantém viva e continua a sentir que este património faz parte da sua história, cultura e memória e que o Museu pode ser o espaço que pode transmiti-lo para os mais novos».

Uma vez concluído todo o processo de transição do acervo para a Central das Artes, está previsto que, no futuro, o edifício que hoje alberga o Museu Municipal possa vir a acolher «grande parte dos serviços do Município que fazem atendimento ao público», segundo adianta o também vice-presidente da Câmara. «É uma forma mais fácil e mais acessível para as pessoas, já que está num piso em que as acessibilidades são melhores», considera.

Jéssica Silva | texto e foto

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