Um trabalho escolar que virou… recolha de bens

27 Novembro 2023

Jéssica Moás de Sá

Oksana Khrobatyn e Maria Faria, de 17 anos, alunas do curso de Ciências Socioeconómicas na Escola Secundária de Porto de Mós (ESPM), começaram aquilo que seria apenas mais um trabalho normal, neste caso no âmbito da disciplina Economia C. “Direitos Humanos e Pobreza” foi o tema escolhido pelas estudantes que “colocaram de pé” uma página online com uma parte teórica sobre a temática, também com notícias, e que a complementar têm uma entrevista feita à responsável pelo Centro de Acolhimento da Paróquia de Leiria, uma associação que se dedica precisamente a contrariar a pobreza e a garantir os direitos humanos.

«A professora queria um produto que influenciasse a comunidade escolar, foi assim que pensámos em associar-nos a uma associação, expor o seu trabalho, e a nossa ideia inicial era gravar em vídeo a entrevista à responsável, mas não foi possível porque a associação estava em obras, só gravámos som», explicam.

Como não havia vídeo para mostrar à turma, Oksana Khrobatyn e Maria Faria pensaram num plano B: fazer uma recolha de bens para reverter para esta associação. «Quando fizemos a entrevista à responsável, questionámos qual era a principal fonte de financiamento e ela disse-nos que não têm qualquer financiamento, é através da Paróquia e de donativos que ajudam as pessoas», contam. Foi assim que decidiram fazer algo mais, juntando o útil ao agradável, «valorizar o trabalho e ajudar a comunidade».

A angariação de bens está a acontecer desde o início deste mês e prolonga-se até ao final, sendo que as alunas tencionam fazer a entrega do que resultar desta recolha no primeiro fim de semana de dezembro. O donativo de bens pode ser feito na ESPM e no Café Belíssimo em Porto de Mós, onde existem caixas para o efeito.

Apesar de terem procurado associações no concelho para esta parceria, foi de Leiria que chegou uma resposta pronta. As alunas admitem também que, por falta de conhecimento, não sabiam de muitas associações deste género em Porto de Mós, mas não descartam a ideia de voltar a dinamizar uma iniciativa destas por cá. Até agora a recolha «está a correr bem». «Os professores na escola estão a ajudar muito mesmo, sinceramente pensávamos que os alunos iam ter mais iniciativa, mas nota-se que acabam por não ter tanto aquela empatia como os mais velhos», sublinham. «Também estamos a andar de porta em porta por Porto de Mós a distribuir folhetos e a pedir e está a correr bastante bem, o nosso objetivo é chegar aos 100 euros em dinheiro e aos 200 em bens (já atingiram 100)», revelam.

Este trabalho, garantem, é uma forma de «ganhar responsabilidade» e de as «fazer crescer» como pessoas: «É muito gratificante». Da parte do Centro de Acolhimento, a «gratidão e felicidade» foram também palavras de ordem. «Quando dissemos esta nossa ideia por e-mail, a responsável ficou muito entusiasmada e grata, aliás, desde o momento que mostrámos interesse pela associação que ficou muito feliz».

Oksana Khrobatyn e Maria Faria só farão a apresentação final do trabalho no dia 12 de dezembro mas, independentemente da nota, já ganharam.

Foto (ilustrativa): DR

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