No passado dia 31 de maio foi gravado, pelas 21 horas, no Cineteatro de Porto de Mós, o programa Terra Nossa da SIC, apresentado pelo humorista César Mourão. Duas horas antes, alguns momentos de tensão e desagrado foram vividos à porta do mesmo espaço, devido à falta de bilhetes. Apesar de ter sido anunciado (partilhado na página do Município e também através de cartazes colocados pela vila) que havia bilhetes gratuitos a ser disponibilizados pela produção do programa pelas 19 horas, a verdade é que chegada a hora só existiam pouco mais de 10 bilhetes para uma fila de mais de 200 pessoas, algumas delas que estavam há várias horas à espera para conseguir um bilhete.
O facto de o Município ter feito a publicação para o levantamento de bilhetes quando estes não existiam indignou a população que se manifestou naquele momento e depois em várias partilhas no Facebook. Alguns munícipes insinuaram que esta distribuição não tinha sido feita de forma justa: «Distribuídos pelos funcionários da Câmara aos seus familiares e amigos», foram algumas das acusações.
Em declarações a O Portomosense, o presidente da Câmara de Porto de Mós, Jorge Vala, esclareceu que o que «aconteceu aqui, acontece em todos os concelhos». «A equipa do César Mourão solicitou-nos o empréstimo do cineateatro, perguntou-nos quantos bilhetes o executivo queria e nós dissemos meia dúzia e assim foi, a restante bilheteira ficava para eles», começou por explicar. O autarca disse ainda que foi entregue ao Município um cartaz «para colocar nas redes sociais» – sendo que os cartazes espalhados pela vila foram colocados pela produção do programa – e que o Município só partilhou «porque a informação que tinha era a de que havia bilhetes». «O César Mourão é que andou a distribuir bilhetes e chegou-se às 19 horas [no dia do espetáculo] e os bilhetes eram poucos», refere Jorge Vala.
Só «a esta hora» é que o Município teve esta informação, porque até aqui o que sabia é que «havia cerca de meia sala disponível»: «Se nós soubéssemos que eram menos não partilhávamos, mas se a sala tem 260 lugares e se ainda existem 100 já justificava a fila». Jorge Vala disse ainda que o Município vai tentar trazer «o César Mourão novamente a Porto de Mós, num espaço ao ar livre, para que todos possam ver», desta vez num espetáculo a solo.
“Terra Nossa” em Porto de Mós: “Um programa onde 95% do material resultou”
No final da gravação de um programa que colocou a plateia a rir do início ao fim, César Mourão falou a O Portomosense sobre a experiência de gravar o Terra Nossa em Porto de Mós. «Temos um país com este ADN, que recebe muito bem, que nos abraça e nos envolve muito, portanto tenho a sorte de fazer este programa. Para mim Porto de Mós foi uma surpresa, tem um castelo lindíssimo, fui muito bem recebido pelo Município e pelas pessoas», sublinhou.
O apresentador estava também feliz com o resultado do espetáculo que, acredita, vai resultar num bom programa de televisão. «Ainda há todo um trabalho de edição que as pessoas não imaginam, mas já faço este programa há cinco anos, portanto quando estou a fazê-lo já estou quase a editá-lo na minha cabeça, já sei o que resulta ou não e neste programa posso dizer que 95% do que aqui tivemos vai resultar», adianta. «O programa é muito mais do que eu próprio, além do trabalho de edição gigantesco, são as pessoas que fazem este programa, eu só estou a segurar o microfone», frisou ainda. No que diz respeito às pessoas, diz, entre risos, que aqui «não foi preciso puxar muito por elas, deram tudo com muitas histórias inacreditáveis». O humorista informou ainda que o programa irá para o ar em setembro ou outubro.
Jéssica Moás de Sá | texto e foto
Bruno Fidalgo Sousa