Em Porto de Mós, a vacinação contra a COVID-19 começa na próxima semana em lares e unidades de cuidados continuados. A informação foi avançada ontem pelo presidente da Câmara, Jorge Vala, durante a reunião do executivo. O autarca referiu que não tem ainda o mapa da ordem e dos dias de vacinação, mas garantiu que esta será uma realidade.
Jorge Vala disse sentir-se aliviado pelo facto de «o processo de vacinação estar a avançar no nosso país dentro dos critérios definidos pela Autoridade de Saúde» e ressalvou que o plano português foi já «elogiado na Europa». O autarca aponta, no entanto, dois grupos que, para si, deveriam constar da primeira fase de vacinação: os idosos não institucionalizados e os cuidadores informais. «Estes idosos são também propensos ao risco, pela sua idade, e direi até que configuram risco elevado tendo em conta que convivem com a comunidade. Os cuidadores informais não são referidos em momento nenhum, portanto calculo que serão remetidos para uma última fase, mas não deixam de ser pessoas expostas pela sua vida social ativa, podendo colocar em risco aqueles que estão aos seus cuidados», explicou. O presidente da Câmara considera, todavia, que está é uma «questão menor face à grande importância» deste passo, mas frisou que a «satisfação e tranquilidade» que a chegada da vacina trouxe, não pode ser confundida com «a segurança que as pessoas já estão a querer ganhar, pensando que como chegou a vacina, já podem andar à vontade», algo que não corresponde à realidade, disse em declarações a O Portomosense.
Executivo toma medidas para combater contágio
No início da reunião de ontem, Jorge Vala traçou um retrato geral do estado do concelho, revelando que o surto no Lar da Cruz da Légua foi «estabilizado em meados do mês de dezembro», mas que na mesma altura surgiu um outro no Abrigo Familiar Casa de São José, em Mira de Aire, que é hoje a situação «mais preocupante». Este surto terá atingido utentes e funcionários e obrigou já ao acionamento de uma brigada de intervenção rápida por falta de recursos. O Município terá já procedido à desinfeção dos espaços.
Naquela freguesia há ainda a assinalar um clínico infetado, que levou ao encerramento das consultas presenciais no centro de saúde, cujas instalações serão desinfetadas amanhã, para depois se reavaliar a abertura. Na Escola Secundária de Mira de Aire, e de acordo com o que revelou o autarca, há duas turmas, cada uma com um infetado, que têm alunos em isolamento, continuando os restantes nas normais aulas presenciais. Caso semelhante se verificou no Instituto Educativo do Juncal, onde há um aluno infetado e outros dois em isolamento.
Jorge Vala afirmou que a autarquia continua «a fornecer testes rápidos nos lares, mesmo nos privados» e que iniciou agora «um processo de testagem sistematizada, quinzenal, em todos os colaboradores dos serviços de apoio domiciliário do concelho». «Esta é a forma que encontrámos como a mais eficaz para, de alguma forma, combater a falta de controlo da rede de contactos por ausência da delegada de Saúde, que se mantém, mas também para atenuar esta intensa escalada do número de novos casos e tentar acautelar estas instituições onde permanecem pessoas com grau de risco mais elevado», salientou.