A rede de transportes públicos urbanos de Porto de Mós irá, em breve, estender-se ao Alqueidão da Serra e ao Juncal, confirmou o presidente da Câmara, Jorge Vala, na última reunião pública daquele órgão autárquico. Ainda não há um prazo definido mas o responsável acredita que o alargamento possa acontecer «no final deste primeiro semestre» depois de obtido «o licenciamento da alteração das linhas», processo atualmente em curso.
Numa segunda fase, o Vamós [o autocarro que faz, para já, a ligação de vários lugares das freguesias de Porto de Mós, Pedreiras e Calvaria de Cima à sede de concelho] deverá rumar a mais freguesias, nomeadamente Mira de Aire. De acordo com o autarca, a Câmara está a aguardar a candidatura para aquisição de um autocarro elétrico e nessa altura, já com duas viaturas, haverá a hipótese de estender o serviço a outras zonas do concelho. O Município aguarda, ainda, «autorização e financiamento por parte da Comunidade Intermunicipal, para implementar o transporte a pedido, um serviço com características diferentes e que pode ser uma mais-valia nos lugares e freguesias onde o Vamós não chegue», esclareceu.
«O autocarro continuará a passar todos os dias no horário que ficar definido e que muitas vezes, reconhecemos, não é aquele que as pessoas precisam naquele momento mas o possível», disse o responsável explicando ainda que nas localidades servidas pelo Vamós «é mais difícil usufruir do transporte a pedido», mas esse serviço pode ser uma boa solução noutras como por exemplo, no caso do Alqueidão da Serra, «os Bouceiros e restante freguesia».
Na referida reunião, um dos vereadores do PS, Rui Marto, disse que «o Vamós será sempre um serviço bem vindo [no Alqueidão da Serra] mas será sempre um mau serviço e não muito bem vindo se, por acaso, for para atamancar uma situação que não é para atamancar». O autarca socialista referia-se à hipótese, equacionada por ele, de que o estender do circuito à freguesia fosse mais uma desculpa para o encerramento do pólo local de saúde uma vez que, em teoria, os utentes passariam a ter transporte para a sede da nova USF, em Porto de Mós.
Em resposta, Jorge Vala descansou-o: além de garantir que tal como o vereador rejeita por completo o encerramento da unidade de saúde do Alqueidão da Serra, disse que «o projeto não tem rigorosamente nada a ver com a questão da saúde na freguesia, até porque, por exemplo, os horários das consultas em Porto de Mós podem não ser compatíveis com os do Vamós».
«O que vamos fazer é levar a estas duas freguesias a possibilidade das pessoas se poderem movimentar em transportes públicos e é um serviço que nos comprometemos a estender a outras quando tivermos um segundo autocarro», disse.
O presidente da Câmara revelou, ainda, que «a vereadora Telma Cruz está a fazer o levantamento junto das empresas para se tentar no futuro compatibilizar os horários do Vamós com os destas, especialmente as instaladas na Área de Localização Empresarial de Porto de Mós». O objetivo é que os trabalhadores das unidades que mais colaboradores têm possam usufruir de uma alternativa de transporte e assim, por exemplo, deixe de acontecer que «uma empresa com 50 funcionários tenha 50 carros à porta com tudo o que isso acarreta, nomeadamente a nível ambiental».
Com o alargamento da rede de transportes públicos urbanos a mais estas duas freguesias, o Município vai ao encontro de uma pretensão dos autarcas locais e que é comum a outras. O serviço assegurado pela Rodoviária do Lis arrancou a 22 de outubro de 2019 e, pouco a pouco, tem vindo a conquistar os portomosenses.