Quatro meses volvidos sobre a agressão que trouxe o Beco e a Rua das Flores, em Mira de Aire, para as páginas deste jornal, abrindo também desta forma a discussão sobre o que, naquela zona se passa, O Portomosense foi saber junto dos autarcas locais qual o estado atual da situação, uma vez que o caso teve a colaboração de um mediador social. De acordo com o presidente de Junta de Mira de Aire, Alcides de Oliveira, que ainda não teve acesso ao relatório feito pelo tal mediador social – «Já perguntei à senhora vereadora quais foram as conclusões da visita desse mediador, mas, até ao momento, ainda não me foi disponibilizado», disse – a situação está «estacionária», ressalvando que «pelo menos não têm chegado à Junta de Freguesia relatos de qualquer incidente que possa ter ocorrido». «O que me têm transmitido e eu tenho visto também é que continuam a chegar pessoas de etnia cigana», avança o autarca, presumindo que se têm instalado junto da restante comunidade que habita naquele beco e naquela rua. «Algumas dessas pessoas [novas que têm chegado] têm-se dirigido à Junta de Freguesia para obter um atestado de residência e logicamente, não apresentando os documentos que normalmente exigimos, que é o contrato de arrendamento ou o [documento que ateste] ser proprietários do local onde moram, a Junta de Freguesia não passa esse atestado. Depois, não sei como se desenrascam, mas o que é um facto é que, normalmente, não tornam a aparecer cá», adiantou.
Já a vereadora da Ação Social, Telma Cruz, disse ao nosso jornal que, «para já, [tudo] está a decorrer com normalidade» e que «não têm sido apresentadas outras queixas». «A comunidade [cigana que ali mora] está a fazer tentativas para se integrar, também com a ajuda dos técnicos e, como se costuma dizer “no news, good news” [que significa que “não haver notícias é uma boa notícia”]. O feedback que tenho é que estão a tentar relacionar-se com a vizinhança e temos até o relato de uma das vizinhas que afirma que não tem tido qualquer problema, que a cumprimentam… Há aqui uma evolução», frisa a vereadora. Telma Cruz adiantou que, aquando da visita do mediador social, «houve um trabalho de acompanhamento com aquela família, que se comprometeu a mudar os seus comportamentos e atitudes».
A vereadora sublinhou ainda que o que o Município pretende «é que haja integração» e que «se houver situações anómalas, também cabe à justiça resolvê-las». «Estamos cá para colaborar, para integrar, para resolver situações mais difíceis dentro das nossas competências, porque o que surge fora das nossas competências, não podemos fazer. Somos empenhados para que as coisas corram bem, haja tranquilidade e paz e, neste momento, acredito que haja uma maior tranquilidade, mas tenho sempre receio de dizer estas coisas porque nunca se sabe o dia de amanhã», concluiu.
Com Jéssica Silva