Vertigem estuda o efeito do confinamento nos jovens europeus

16 Setembro 2020

O Portomosense

Setenta por cento dos jovens, num universo de 200 inquiridos, com uma faixa etária dos 17 aos 29 anos e de vários pontos da Europa, sentiram-se afetados ou muito afetados psicologicamente pelo efeitos da pandemia da COVID-19. Estes e outros dados são revelados por Rui Cordeiro, presidente da Vertigem, e resultam de um inquérito online lançado por aquela associação de Porto de Mós no âmbito de uma candidatura a um projeto na área do Ambiente, a realizar no próximo ano, em parceria com associações congéneres europeias.

De uma forma geral, «os jovens foram afetados bastante em termos físicos, mas muito mais em termos psicológicos, pelo efeito do confinamento», sublinha Rui Cordeiro. A leitura do inquérito permite observar que «mais de 50% dos jovens sentiram-se afetados no seu desempenho físico, enquanto que 40% deram uma resposta contrária. Psicologicamente, mais de 70% dos jovens sentiram-se afetados ou muito afetados em consequência da pandemia». Já em relação à sua motivação na ação cívica em termos locais e nacionais, «cerca de 55% dos jovens dizem que não os desmotivou».
Quanto à sua ligação à comunidade local, 40% dos jovens consideram que não foi afetada e 60% responderam que afetou e bastante. Rui Cordeiro explica que esta questão está relacionada com o confinamento em si, porque «o estudo foi feito numa altura em que alguns países ainda estavam em isolamento, nomeadamente o Reino Unido.»

Um outro dado é que «mais de 70% dos jovens acham que a pandemia fez aumentar a sua preocupação com a defesa da natureza e dos valores naturais», nomeadamente com a poluição que engloba, por exemplo, «os sacos de plásticos, as máscaras no chão». Rui Cordeiro admite que esta é uma questão interessante porque «se vê aqui uma forte preocupação por parte dos jovens neste sentido», até porque «mais de 70% dizem que mudaram a sua relação com o ambiente e estão mais preocupados com as questões ambientais».

«Os jovens queixam-se que neste momento a nível local há menos oferta para o seu envolvimento na ação cívica, e portanto, há aqui de certa forma uma matéria que deve merecer a atenção dos decisores políticos, relativamente ao envolvimento dos jovens que estão interessados mas que acham que não há oferta». Em termos de oportunidades de emprego cerca de 80% consideram que ficaram reduzidas e bastante afetadas as suas oportunidades de emprego no futuro.

Ainda antes do projeto a desenvolver no próximo ano, há na calha um livro sobre a flora e o turismo na área do concelho, e que sairá em novembro. Para o outono estão previstas atividades de birdwatching (observação de aves) e então já em 2021 é que a Vertigem irá avançar com «os projetos internacionais que se enquadram na campanha de inventário, de proteção da natureza, de promoção do património local», concluiu o presidente da associação.

Marília Bernardino

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