A Associação Vertigem, com o seu projeto para a criação de um Centro de Interpretação da Abelha e do Mel (CIAM), acaba de ver ser-lhe atribuído o 2.º lugar do Prémio AGIR da REN, uma distinção «muito requisitada na área do Ambiente» e que envolveu «centenas de candidaturas», reconhece o presidente da Vertigem, Rui Cordeiro, revelando que uma das preocupações com este projeto passa por «dar a conhecer a importância dos insetos e, em específico, das abelhas, para a conservação da Natureza». O objetivo do CIAM é «envolver a comunidade e os apicultores locais e educar em relação à sociedade das abelhas», refere um comunicado de imprensa. Para isso, espera «envolver mais de cinco mil pessoas nos primeiros três anos em ações de formação, atividades de educação ambiental e visitas ao CIAM».
Com uma vasta experiência na educação ambiental, na área da apicultura, em projetos nacionais e internacionais, e com a publicação de informação científica sobre a temática, a candidatura da Vertigem à edição de 2022 do Prémio AGIR pareceu quase uma inevitabilidade: «A primeira coisa que fizemos foi consultar a Câmara, no sentido de perceber se havia alguma viabilidade e um espaço para ser utilizado neste âmbito. A Câmara abriu essa possibilidade e fizemos então a candidatura», recorda Rui Cordeiro. Seguiu-se um «processo complexo», composto por várias etapas, todas ultrapassadas pela Vertigem, que culminou com a validação do 2.º lugar. «Fomos selecionados nos últimos cinco e depois recebemos a notícia que tínhamos ficado em 2.º lugar, o que foi para nós um grande orgulho, como é óbvio», destaca. O Prémio AGIR, este ano subordinado ao tema da promoção do meio ambiente, da biodiversidade e ao combate às alterações climáticas, distinguiu ainda com o primeiro lugar o projeto Lousada + VERDE: Restauro Ecológico em prol da comunidade, da Associação VERDE (Lousada) e em terceiro a Cooperativa Rizoma (Lisboa), com o projeto Mercearia Comunitária.
Este projeto faz parte de um outro, mais geral, onde se inclui também o Centro de Interpretação do Medronho e do Mel (criado no ano passado). Ambos os projetos serão desenvolvidos no mesmo espaço, a antiga escola primária do Poço da Chainça (na freguesia de São Bento), que se encontra em obras de recuperação. «Será o sítio onde se recebem os grupos e depois de uma apresentação é feita a deslocação para os diferentes sítios, no caso do mel as visitas aos apiários e na parte do medronho as visitas à pequena destilaria e aos espaços da cultura do medronho», esclarece Rui Cordeiro. Com este projeto, surgiu um «complemento adicional de financiamento» e a partir de agora, a Associação Vertigem passa a contar com o apoio da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, que irá apoiar «as duas temáticas».
No âmbito deste projeto, estão planeadas várias ações «de formação de professores, de apicultores e serviços para a comunidade». Embora algumas destas atividades já estejam em andamento, a receção das escolas e ação de formação dos professores só arrancam no próximo ano escolar, ou seja, a partir de setembro. Rui Cordeiro adianta ainda que, para o próximo ano, está a ser equacionada a hipótese de iniciar um «produto novo», relacionado com o Turismo Apícola, que será feito em conjunto com os apicultores da zona.