Decorreu na tarde de 14 de novembro, no cineteatro de Porto de Mós, um concerto musical para comemorar o 36.º aniversário do Coral Vila Forte.
O Adesba Chorus, da Barreira, concelho de Leiria, foi o grupo coral convidado para iniciar o evento organizado pelo Coral Vila Forte. A atuação começou com o tema “Ilhas de Bruma” (tradicional dos Açores e com arranjo de Manuel Medeiros). O Maestro Jorge Narciso falou da escolha deste tema para classificar o período em que estamos a tentar sair de uma pandemia que afetou a todos e a cultura em particular. O regente do Adesba Chorus referiu que, numa tentativa de que os coralistas não perdessem o espírito de grupo, efetuou ensaios através de videoconferência, precisamente com o tema açoriano. Por isso, numa alusão à bruma que é a COVID-19, o coralismo e a cultura, bem como a sociedade, vão conseguir resistir e, como se menciona agora, vamos ser resilientes. Voltando às músicas, seguiram-se “Vejam Bem” e “Cantigas de Maio” de José “Zeca” Afonso com arranjos de Amílcar Morais e Eurico Carrapatoso, respetivamente, em que o Maestro envolveu a plateia, com vários lugares vagos, para que os espectadores cantassem com o Grupo Coral dirigido por si.
Depois de “Foi Deus” (arranjo de Alberto Janes) e “O Lux Beatissima” (Howard Helvey) com acompanhamentos ao piano, a excelente atuação do Grupo Adesba Chorus terminou com “Ave Maria” de Giulio Caccini com a beleza dos sons de piano e de violino.
No intervalo entre grupos corais seguiu-se um momento instrumental com o dueto de Rui Girão ao piano e António Mesquita na flauta transversal. Foram tocadas várias peças, tais como, “Foi Deus”, “Canoa do Tejo”, “Nem às paredes confesso”, “Julia Florista” e “Rosinha dos Limões” onde o público em geral e os coralistas dos dois grupos acompanharam cantando.
Com uma tarde morna dentro e fora do cineteatro, o Coral Vila Forte subiu ao palco para a última atuação do evento de comemoração do seu trigésimo sexto aniversário. O grupo anfitrião agradeceu desde logo o reforço das duas vozes soprano vindas do grupo Charales Chorus Minde.
Iniciando com “Dindirindin” (cancioneiro de palácio), uma peça anónima. Após este tema, o Maestro do Coral Vila Forte, João Roque Gameiro, agradeceu a presença do público, dos coralistas e das entidades públicas no evento ressalvando o que tinha dito o seu colega Maestro do Adesba Chorus. Pediu que a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia de Porto de Mós apoiassem ainda mais as associações culturais, tais como grupos corais e bandas de música, que se têm visto privadas de ensaiar, de atuar e de providenciar receitas em vários momentos da pandemia. No fim, garantiu que um músico nunca desiste.
O espetáculo prosseguiu com “Ó Rama” (Tradicional alentejana), seguindo-se um espiritual negro “Lord I Want”. Atravessando o Atlântico a plateia “voou” até ao Brasil com um arranjo de Heitor Villa Lobos para a canção “Rosa Amarela”. Já com acompanhamento ao piano e oito solistas, foi cantado “Siyahamba” (uma música Sul-Africana). Para finalizar os três momentos musicais, o Coral Vila Forte cantou “A Chuva” celebrizada por Mariza e arranjada por Osvaldo Fernandes para coro de três vozes (soprano, contralto e baixo) acompanhada por um duo de piano e de flauta transversal.
No momento dos discursos, Jacinta Vala, a presidente do Vila Forte, agradeceu o apoio da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia de Porto de Mós representados por Jorge Vala e Manuel Barroso respetivamente. O presidente de Junta foi o primeiro a falar sintetizando que o órgão autárquico a que preside dá o apoio possível incluindo o monetário. O presidente do Município realçou que, mesmo podendo ficar aquém das expectativas das associações, o executivo aumentou os apoios financeiros ao associativismo em tempos de pandemia.
Com a habitual troca de lembranças entre grupos corais, o presidente da Câmara Municipal, Jorge Vala, ofereceu ao Coral Vila Forte uma réplica da chave do Castelo de Porto de Mós e uma representação deste monumento foi a oferta ao Grupo Adesba Chorus.
Com o pedido de vários oradores para que o Coral Vila Forte dobre os 36 anos de vida, cantaram-se os parabéns ao Grupo Coral anfitrião e a vários coralistas que tiveram o seu aniversário nesta semana.
Depois do último concerto realizado no Castelo de Porto de Mós, a 10 de julho deste ano, sob fortes medidas restritivas da Direção-Geral da Saúde (DGS), no final deste evento houve confraternização entre coralistas e convidados dentro das regras emanadas pela DGS. A cultura e a música coral também precisa destes momentos de conversas entre elementos dos vários grupos corais.