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Visita Pascal não deixou de acontecer, mas em moldes diferentes

5 Maio 2020
Catarina Correia Martins

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Catarina Correia Martins

5 Mai, 2020

Entre o Domingo de Páscoa e o de Pascoela foram vários os portomosenses que receberam a bênção pascal, ainda que em moldes diferentes do habitual. O padre José Alves, em Porto de Mós; o padre Vítor Mira, no Alqueidão da Serra e em Alcaria; e o padre Luís Ferreira, em Mira de Aire, Alvados e em São Bento, visitaram os seus fiéis, com as adaptações que a pandemia exige e estão todos satisfeitos com o resultado obtido.

O pároco de Porto de Mós foi o que prolongou a visita por mais dias, tendo-os dividido por zonas, como acontece habitualmente. Na sua ótica, a experiência «correu muito bem» e «as pessoas ficaram muito felizes por verem o sacerdote da terra» e por terem a possibilidade de «rezar juntos». De carro e com um sistema de som que anunciava a chegada e facilitava a oração, José Alves adianta que foram «tomadas todas as medidas de precaução para que não houvesse aproximação» e que, por via precisamente do sistema de som, foi possível «fazer a visita a diversas pessoas ao mesmo tempo»: «Por exemplo, na vila, a vários apartamentos do mesmo prédio», conta.

O sacerdote admite que esteve «indeciso em fazer ou não», mas acredita que esta foi a melhor opção e refere que «nalguns prédios até houve muito mais gente porque como havia barulho, havia música, as pessoas vinham à varanda ver o que se passava» e acabavam por ficar. «Houve algumas pessoas que, penso, não souberam porque só foi divulgado nas redes sociais e há muitas pessoas, sobretudo mais idosas, que não se aperceberam», no entanto, o balanço final é positivo.

Na voz de Vítor Mira, a experiência «foi boa apesar das contingências» e, comparada com outros anos e tendo em conta o tempo que vivemos, «ainda foi melhor, porque as pessoas estavam mesmo a precisar de qualquer coisa que marcasse pela diferença, que fizesse lembrar a Páscoa. Não puderam ir à igreja, então foi a maneira da Páscoa ir a casa delas». «Se calhar, nos três anos que aqui estou, foi o ano em que senti mais alegria nas pessoas por receberem as “boas festas”», afirma o pároco. Vítor Mira fez a visita a pé, «o tempo ajudou», passou pelas várias ruas, conversou «um bocadinho com as pessoas» e, em suma, diz que gostou «muito e as pessoas também ficaram agradadas».

Luís Ferreira visitou as três paróquias – Mira de Aire, Alvados e São Bento – no dia de Páscoa, «numa jornada longa que começou às 14h30 e só acabou cerca das 21 horas, já noite, na paróquia de São Bento», no entanto, «apesar disso e do frio que se fazia sentir nessa noite, as pessoas ficaram à porta ou à janela» à espera. A visita foi feita «numa carrinha cedida para o efeito e devidamente enfeitada para conferir beleza e alguma solenidade e, a partir dali poder, abençoar todos aqueles» que assim o desejassem. «Não foi possível» passar por todas as ruas e «todos compreenderam isso».

Desta vez não houve em Mira de Aire e Alvados a benção de toda a população no largo da igreja, e em São Bento os grupos de paroquianos que iam de casa em casa a anunciar a Ressureição de Cristo e dar a cruz a beijar, desta vez não puderam cumprir esse papel mas a benção pascal chegou a todo o lado garante o sacerdote.

«Fiquei muito satisfeito pela forma como nos receberam, colocando colchas às janelas, vindo elas próprias às janelas ou às portas de sua casa. Viveram-se momentos de alegria e de fé», frisa. O pároco afirma que «a receção foi excelente» e que está «muito satisfeito com a forma como tudo correu». De salientar que os Quarentões de 80 de Mira de Aire colaboraram na organização da visita pascal.

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