Na capa da passada edição do Jornal O Portomosense destaca-se que “Porto de Mós está a receber cada vez mais turistas” e isso é bom. Aliás, é muito bom e é de louvar. Só no ano passado, as principais atrações turísticas do nosso concelho atraíram mais de 323 mil visitantes. Um número que deve agradar todos os Portomosenses e, especialmente, os agentes turísticos que trabalham diariamente para colocar Porto de Mós no panorama do turismo nacional e internacional.
Mas esta breve introdução, serve para trazer aqui o Arco da Memória do Arrimal, um importante património histórico localizado na União das Freguesias de Arrimal e Mendiga, que também merece uma paragem de todos aqueles que nos visitam. Contudo, a sua proteção a nível nacional tem tido um longo e complicado processo pela frente, estando o procedimento, neste momento, encerrado e arquivado sem qualquer tipo de proteção legal. Foram várias as tentativas para a sua classificação, mas nenhuma com sucesso.
De acordo com os vários anúncios publicados em Diário da República, a principal razão para o sucedido foi uma “intervenção ocorrida, que descaracterizou o monumento e a sua envolvente”. Intervenção essa que foi supervisionada por especialistas e investigadores da Universidade de Évora, e que pelos vistos, em nada beneficiou este nosso património que está associado aos monges de Cister e a D. Afonso Henriques. Mas para além desta intervenção, outras se seguiram posteriormente, com presumíveis consentimentos do maior organismo que tutela o património do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, que acabaram de vez com a possibilidade de algum dia o Arco da Memória do Arrimal vir a ser classificado, porque deixou de ter uma “zona de proteção de 50 metros a contar dos seus limites externos”, com a construção e o alargamento de uma estrada contígua ao monumento. De facto, este caso dá que pensar.
Não desejo, nem tão pouco quero acreditar que venha a acontecer, mas se algum dia o Arco da Memória do Arrimal cair ao chão, possivelmente passará apenas a ser um mero monte de pedra, porque a sua salvaguarda foi abandonada enquanto ainda se poderia ter feito alguma coisa há muitos anos atrás. Infelizmente, agora já é tarde, mas uma coisa é certa, o Arco da Memória do Arrimal vale sempre a visita.