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A Gralha: 50 anos, três gerações, uma chave

30 Agosto 2023
Bruno Fidalgo Sousa

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Bruno Fidalgo Sousa

30 Ago, 2023

Há cinco décadas, quando da fundação, o restaurante A Gralha tinha 100 lugares sentados e dois funcionários. Hoje, 50 anos volvidos, tem 800 lugares e, aos fins-de-semana, chega mesmo aos 40 trabalhadores, um crescimento fruto de «muita luta, muito trabalho e dedicação». É «uma grande vitória» e «um motivo de orgulho», diz Gilda Ferreira, proprietária do espaço que, junto às Grutas de Santo António, União de Freguesias de Alvados e Alcaria, está, desde 1973 a servir as gentes que ali se dirigem para saciar a fome e a marcar gerações.

Gilda Ferreira relata mesmo que muitos dos presentes na festa de aniversário d’A Grelha, no passado sábado, dia 12, são já clientes regulares, quase todos com histórias de vida que passaram também pelo restaurante. «A maioria delas eram pessoas que tinham casado aqui há 30, 40 anos. Vinham ter comigo, abraçavam-me e diziam sempre: “Fui aqui que eu fiz o meu casamento, o batizado dos meus filhos, é aqui que eu venho com os meus netos ao fim de semana almoçar, esta casa para mim traz-me imensas recordações boas”, relata. É nesse clima familiar que trabalham desde o início – Gilda Ferreira herdou o restaurante do pai e hoje os filhos também impõe o seu cunho e alguma labuta na continuidade do espaço – e isso espelha-se nas pessoas que também fazem parte da história da “casa”. «Tenho imensos netos que vêm cá e dizem-me: “vinha sempre neste dia com o meu avô, fazia questão de vir cá comer o cabrito. Hoje o meu avô não está presente, mas eu faço questão de vir aqui comer o cabrito neste dia como se ele estivesse connosco», conta ao nosso jornal a proprietária, repleta de orgulho.

O cabrito que, aliás, é um dos ex-líbris do restaurante, a par do bacalhau à Grelha. Pratos que motivam a viagem de pessoas de Évora, do Porto, do Algarve, alguns deles «de propósito para vir comer» as iguarias que fazem inclusive parte da ementa «desde o início». Mesmo que fique “fora de mão”, já que, como diz Gilda Ferreira, o sítio «não é uma passagem direta e não está dentro de uma cidade». Ainda assim, o espaço prima pelo local onde se encontra, junto às Grutas de Santo António, em pleno Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, com uma grande «envolvência natural, com os muros de pedra saca, os terrenos ao
lado com as vaquinhas a pastar», «coisas que são diferentes, é a beleza natural da zona», acredita a proprietária, que frisa de igual modo a qualidade do serviço, «a abundância de comida» e o facto de não existir um «limite de horário» em relação aos festejos ali celebrados. As maiores dificuldades prendem-se com a falta de mão de obra qualificada, mas não será razão suficiente para Gilda Ferreira pensar sequer em desistir.

Para os próximos 50 anos diz querer contar com os filhos para manter o negócio de família, com «muito trabalho e muita dedicação», como de há cinco décadas
para cá.

CHAVE DO CASTELO PARA GILDA FERREIRA
Com 250 pessoas presentes, a festa de aniversário ficou marcada pela entrega da Chave do Castelo de Porto de Mós a Gilda Ferreira, a mais recente embaixadora
do concelho, que considera o galardão «uma honra muito grande».

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