A secular capela de São Jorge vai passar para o domínio privado da Câmara Municipal de Porto de Mós, «ao abrigo da descentralização de competências na área do património do Estado», devido à «necessidade de intervenção» na infraestrutura e com o objetivo «de a devolver à população», referiu o líder do executivo, Jorge Vala. O autarca anunciou na última reunião pública do executivo que a proposta está a ser fechada com a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), e que depois será apresentada, «num primeiro momento, ao executivo, num segundo momento à associação de moradores de São Jorge, e num terceiro momento a toda a população, numa apresentação pública. E sendo certo que tem discussão pública, depois há todo um processo burocrático que tem de ser corrido ainda este ano», explicou Jorge Vala, recordando que o processo ainda pode ser contrariado pela DGPC.
O investimento, por parte da Câmara, vai cifrar-se nos 15 mil euros, ou seja, 15% dos 100 mil euros mapeados pela Direção Regional da Cultura (DRC) para «a reabilitação da capela ao abrigo do próximo quadro comunitário de apoio».
Posse implica o regresso da “bilha”
«Passaremos a gerir este património como atualmente gerimos o castelo», diz o autarca. O edifício está atualmente sob a competência da Fundação Batalha de Aljubarrota, com um protocolo com a Diocese de Leiria-Fátima para ali se realizar «a missa da aldeia», segundo o autarca, cerimónia que se vai manter. O que muda, explica, é a introdução de um «horário definido para visitação», porque «quem conhece a História, gosta de ir visitar a capela», e o regresso da «emblemática bilha» ao edifício. Para o vereador com o pelouro da Cultura e vice-presidente da autarquia, Eduardo Amaral, «o campo militar foi uma conquista da independência de Portugal, e o passar a capela para posse do Município e da comunidade é uma conquista também da independência perante a Fundação [Batalha de Aljubarrota]».
Foto | Bruno Sousa
Revisão | Catarina Correia Martins