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Dia Mundial da Voz: todos temos uma e temos “que a cuidar”

1 Maio 2023
Jéssica Moás de Sá

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Jéssica Moás de Sá

1 Mai, 2023

Diz o ditado que “aprendemos mais a ouvir do que a falar”, mas, quer queiramos quer não, falar é a nossa forma mais direta de comunicar com o mundo. As palavras que dizemos, também “falam” sobre nós. «A voz é o nosso instrumento» e «a nossa identidade», afirma a terapeuta da fala Catarina Fitas, seguindo esta mesma ideia. Aliás, nós conseguimos «através da intensidade da frequência vocal» distinguir as pessoas, mesmo sem as ver: «Cada voz é única e conseguimos através da nossa voz saber como estão as nossas emoções». A propósito do Dia Mundial da Voz que se celebrou no passado dia 16, ouvimos e, lá está, falámos, com a profissional que faz parte de um projeto de combate ao insucesso escolar desenvolvido pela Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria e que atua também no Município de Porto de Mós em crianças do primeiro ciclo.

A O Portomosense, a terapeuta sensibiliza para o «cuidado com a voz», sensibilização essa que tem tentado “plantar” junto da comunidade com a qual trabalha. «Já dinamizei algumas ações quer junto de assistentes operacionais, quer junto de professores para que tenham algumas ferramentas para saber cuidar melhor da sua voz, para que não prejudiquem a sua “ferramenta” e o trabalho, no fundo», sublinha Catarina Fitas.

Esta consciência para a saúde vocal, acredita, ainda não está disseminada em tantos quanto deveria: «Existem maus usos e abusos vocais que fazemos sem sequer nos apercebermos». É por isto, explica, que o trabalho que desenvolve com as crianças «vai muito para além de ensinar a falar». «Os terapeutas da fala ensinam muitas outras vertentes que a nossa voz tem, não só a fala em si, mas um conjunto de outras funções que utilizamos no nosso dia-a-dia, através da nossa respiração. A forma como colocamos os nossos articuladores, língua, lábios, bochechas para falar e conseguirmos projetar melhor a nossa voz e é esse conjunto que nos permite ter uma melhor qualidade na voz e na forma como queremos passar a mensagem ao outro», detalha Catarina Fitas.

Mas será que temos a mesma voz toda a vida ou é possível trabalhá-la? «A voz acaba por ser uma ferramenta bastante maleável». «Por exemplo, na adolescência, mais no caso dos homens, estão em maturação para tornar a voz mais grave, conseguimos ajudar a uma melhor coordenação em termos de respiração e fonação», frisa. No entanto, isto é válido para qualquer pessoa: «Para um profissional da voz, para os cantores, um orador e um professor, ou então mesmo uma pessoa normal que, por alguma razão, quer melhorar a sua qualidade vocal para conseguir fazer alguma coisa diferente ou ser melhor percebido ou porque eventualmente até acabou por usar mal a sua voz e precisa recuperar de uma lesão».

«Utilizar muito o ar condicionado e passar por oscilações de temperatura»; «beber bebidas com cafeína que secam as mucosas»; «não hidratar as cordas vocais»; «estar em sítios com muita poluição» ou «fazer o simples e inconsciente pigarreio quando temos a necessidade de limpar as nossas vias respiratórias», todas estas são coisas a evitar para ter uma saúde vocal equilibrada. Embora todas as dicas sejam importantes, há uma que Catarina Fitas reforça: «A nossa voz precisa de uma hidratação constante, se o nosso corpo estiver hidratado, as nossas cordas vocais, que são o que produz a voz, vão estar igualmente hidratadas». A hidratação assume um papel ainda mais importante se estivermos «em sítios com muita poluição, mudanças de temperatura, se não fazemos uma alimentação equilibrada, se abusamos no café, chocolates, citrinos, tudo o que for mais ácido».

Com Rita Santos Batista

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