Gaia

31 Janeiro 2025

Terminou no dia 15 de Janeiro o período de observações astronómicas do satélite Gaia da Agência Espacial Europeia (ESA), lançado há cerca de 11 anos atrás do porto espacial europeu na Guiana Francesa. Segue-se agora um período de testes tecnológicos (com o intuito de preparar novas missões) antes de ser enviado para a sua órbita final em março/abril, longe do campo de influências da terra, onde será desativado.

Gaia orbita em redor do ponto de Lagrange L2, a cerca de 1,5 milhões de quilómetros da terra (onde a interferência da terra e do sol é reduzida), girando em torno de si próprio através de gás propelente frio (consumido a uma taxa de aproximadamente uma dúzia de gramas por dia) para medir com detalhe  (i.e. determinar a posição, distância, movimento e propriedades como luminosidade) e descobrir novas estrelas, permitindo assim mapear a via láctea através dos seus instrumentos. Entre eles destaca-se um sistema de câmeras com resolução de quase 1 gigapixel : esta elevada resolução permite que o satélite meça posições estelares com ultra-precisão, essencial para a criação de um mapa 3D da nossa galáxia e para o estudo da sua formação e evolução.

Quando há visibilidade terrestre, os dados de observações científicas capturados e armazenados no satélite são descarregados através de uma das 3 estações terrestres da ESA alocadas à missão, equipadas com antenas de 35 metros de diâmetro (localizadas em Cebreros, Espanha; Nova Norcia, Austrália ou Malargüe na Argentina). Estas operações são monitorizadas e controladas pela equipa de operações de astronomia do centro de operações da ESA, em Darmstadt, na Alemanha, e os dados enviados para centros europeus de processamento espalhados pela Europa. Nesses centros, os dados astronómicos são analisados e processados por um consórcio (do qual Portugal é membro) composto por mais de 400 cientistas e engenheiros.