“Basta uma foto e um curto testemunho para iniciar a discussão: Porque continuamos a descartar monos nos sítios errados?“
Na presente edição tentamos dar resposta a um dos assuntos que parece inquietar cada vez mais os nossos leitores com residência no concelho. O que começou por se tratar de um par de alertas ocasionais no nosso e-mail tem vindo ultimamente a escalar, muito por culpa das redes sociais.
Se há quem decida retirar um ou outro de vez em quando, colocando-o isoladamente junto a um caixote do lixo (acaba por não ser tão grave, mas não deixa de ser incorreto), há também quem peça carrinhas de grande porte emprestadas para transportar objetos velhos ou danificados a fim de os deixar ao Deus dará.
O exercício que trago agora serve de reflexão, tanto para si, enquanto lê, como a mim, enquanto escrevo. Há anos me insurjo contra o recorrente depósito ilegal de monos, sobretudo por sofrer na pele o “caso” junto à rotunda da Ceira, no Juncal (no artigo “Casos de monos e monstros largados indevidamente pelo concelho sucedem-se”, a foto foi por mim captada após uma ineficaz troca de impressões com quem decidiu prevaricar, de forma deliberada, no passado dia 16).
Coloquemo-nos então nos sapatos uns dos outros. Primeiro, de quem tem lixo de grandes dimensões para descartar. É uma situação incómoda que leva a crer que há todo um processo logístico a enfrentar. Chamar alguém que nos ajude a carregar os objetos, tirá-los de vez de casa, transportá-los para o local que julgamos mais correto… Mas temos boas notícias, porque isso era antigamente. Agora, coloquemo-nos no lugar dos moradores das zonas mais afetadas por estes casos. Quão agradável julga ser chegar a casa a altas horas, depois de um difícil dia de trabalho, e ver a entrada da sua rua continuamente conspurcada? Ou que ânimo terá quem se levanta de madrugada e se depara com tal cenário? O exemplo vem deste lado, mas poderia também vir do seu. Serão poucas as freguesias livres do vírus monístico.
Desafio-o, caro leitor, a dar um salto à página 2 do número impresso da edição 1030 d’O Portomosense. Lá, poderá inteirar-se de todas as formas totalmente gratuitas de se ver livre daquilo que já não quer.