O grande desafio do Ano Novo

6 Janeiro 2025

O início de um novo ano tem sempre esta magia: faz-nos parar e pensar. Entre desejos de saúde, sucesso e felicidade, há aquele instante mais silencioso em que nos perguntamos: “E agora? O que posso fazer melhor? Como posso ajudar quem está ao meu lado a ser mais e a ser melhor?”

Na escola, essa pergunta é um hábito. Porque cada criança e cada jovem são um mundo, e o nosso trabalho é ajudá-los a descobrirem o que têm de melhor. Mas sabemos que isso só acontece se lhes dermos espaço para tropeçar, cair e, depois, voltar a tentar. A vida, afinal, ensina-nos mais nas adversidades do que quando tudo corre sobre rodas. Talvez o melhor presente que possamos dar a quem educamos seja este: ensinar a olhar para os desafios como oportunidades.

Nos últimos anos, as escolas – e quem lá trabalha – tem confirmado que o papel de ensinar vai muito além das matérias ou das metas. O mais importante é cuidar. Cuidar dos alunos, das famílias, das equipas. Criar um lugar onde errar não seja um peso, mas uma porta aberta para recomeçar. Um espaço onde, mesmo nos dias mais difíceis, alguém nos diga: “vamos, tu consegues!”.

E em casa? Não é muito diferente. Como pais, queremos proteger os nossos filhos de tudo o que possa magoá-los, mas também sabemos que a vida não os vai poupar. Educar é esse equilíbrio tão delicado entre dar colo e largar as mãos. É estar perto, mas confiar que eles vão encontrar o seu caminho, mesmo quando tropeçam.

O próximo ano não será perfeito – nenhum é. Vai ter dias bons e outros menos bons, mas, se conseguirmos ver o melhor de cada um, talvez os desafios se tornem menos pesados. Talvez o segredo esteja em valorizar o que cada um pode dar, à sua maneira, no seu ritmo. É difícil? É, e eu bem sei o quanto, mas é o nosso grande desafio!

O que desejo para 2025? Que transformemos os problemas em aprendizagens e os sonhos em passos possíveis. Que as escolas continuem a ser lugares de encontros – connosco próprios e com os outros. E que nunca nos falte a coragem de cuidar, porque, no fundo, é isso que nos faz crescer.

Que o novo ano não seja apenas um calendário cheio de dias. Que seja um tempo cheio de possibilidades. Porque o resto, como sempre, é só paisagem.