Os últimos encontros de países emergentes, conhecidos como BRICS, trouxeram à tona a percepção preocupante de uma erosão do poder económico americano e, consequentemente, o declínio do dólar americano como moeda de reserva mundial ganha mais força. Ray Dalio, no seu livro Por que as nações prosperam e fracassam, explica os ciclos históricos ligados à ascensão e declínio de poderes globais. De acordo com Dalio, as fases de uma superpotência são as seguintes: ascensão, pico e declínio, estando os EUA a entrar nesta última fase.
Será isto verdade? Veja-se: para escrever documentos usamos o Microsoft Word; para apresentações, o PowerPoint. Compramos online na Amazon, editamos imagens no Adobe Photoshop e comunicamos via Facebook, WhatsApp ou X. Para e-mails, recorremos ao Google. Em inteligência artificial, destacam-se OpenAI e Google, e na tecnologia aeroespacial, a SpaceX lidera. Com estes exemplos, quero apontar que os EUA ainda estão no seu pico, pois são a potência mundial mais inovadora. Apesar de a sua moeda já não ser suportada por ativos tangíveis (e.g. ouro) é ainda a mais forte das moedas fiduciárias. A dívida é imensa, e aparentemente insustentável, contudo, existe um remédio. A promessa republicana de criar uma reserva estratégica de Bitcoin promete mudar o paradigma financeiro e acelerar a adoção da criptomoeda à escala global. Este movimento, liderado pelos EUA, deverá ser seguido por outros países, instituições e fundos de pensões, que, na luta pelas restantes bitcoins, irão acelerar a 3a fase de adoção da Bitcoin. Esta etapa sucede as fases de inovação/experimentação (2009-2012) e adoção inicial (2013-2017), enquanto que a fase atual, marcada pela entrada de instituições, co porações e estados (2018-2025), abre caminho para a aceitação global da Bitcoin, tornando-se assim, a fundação para um novo sistema financeiro global, tal como o ouro nas eras anteriores.
De maneira semelhante às redes de comunicações, como a internet e redes sociais, a lei de Metcalfe também se aplica à Bitcoin: o valor de uma rede é proporcional ao quadrado dos seus utilizadores. Assim sendo, o incremento do valor dessa reserva estratégica apresenta-se como uma das soluções para o problema da dívida.