Um novo ano entrou e o decreto promulgado no ano passado pelo Presidente da República teve efeitos a partir do dia 1 de janeiro, com a abolição de algumas portagens em diversas autoestradas que ligam o nosso país. Pena que a autoestrada que liga o nosso concelho à capital de distrito, a A19, não tenha sido abrangida com esta medida.
Esta autoestrada, cujo principal objetivo seria o desvio do trânsito do IC2 para salvaguardar o Mosteiro da Batalha, minimizando assim os efeitos da poluição neste monumento, foi a solução construída para o efeito. Porém, na verdade, dia após dia, continuam a transitar em frente ao monumento classificado como Património Mundial pela UNESCO, centenas e centenas de veículos, contrariando o que já foi referido. E a razão disto acontecer é simples. A A19 não apresenta esta finalidade, porque ao passar nos dois pórticos existentes, apenas e só num sentido, o utilizador com um veículo de Classe 1 paga 1,40 euros. Fazendo esta deslocação nos dois sentidos paga 2,80 euros. Um utilizador que tenha de fazer este trajeto diariamente gasta por semana 19,60 euros, que ao final de um ano representa um valor de 1019,20 euros, ou seja, um ordenado de um mês para um cidadão que receba bem mais que o salário mínimo em Portugal. Feitas as contas, é mais do que compensatório continuar a fazer este trajeto pelo IC2, sendo um absurdo pagar os valores atrás mencionados numa deslocação que dura sensivelmente 15 minutos. Isto, para não falar na despesa que é para uma empresa de transportes, com o pagamento destas portagens de cada vez que um camião passe nestes pórticos: 3,10 euros (Classe 3) e 3,45 euros (Classe 4).
Já foi tema de notícia variadíssimas vezes nos jornais regionais e os municípios já fizeram pressão sobre este assunto que chega à Assembleia da República, mas não tem efeitos na prática.
A A19 facilita a coesão territorial, promove o desenvolvimento económico regional e assegura a mobilidade, salvaguardando os centros urbanos. Para além destes contributos é também uma forma rápida de nos ligarmos a Leiria. Até serem abolidas, continuamos assim, mas certamente todos nós nos perguntamos: Para quando o fim das portagens da A19?