Nos últimos anos, o empreendedorismo tornou-se quase uma palavra da moda. É comum vermos histórias de sucesso que romantizam a jornada de empreender, como se bastasse ter uma ideia e a coragem para abrir um negócio. Mas será que todos podemos — ou devemos — ser empreendedores?
Na minha opinião, não. É verdade que empreender está mais acessível do que nunca. A tecnologia, a informação disponível na Internet e os modelos de negócio mais flexíveis, permitem que muitas pessoas iniciem um projeto próprio com poucos recursos. No entanto, é preciso ter clareza de que empreender vai muito além de abrir um negócio.
Empreender exige resiliência, capacidade de correr riscos, gestão emocional, visão estratégica e, acima de tudo, muita disciplina. Não há patrão para cobrar, não há salário fixo no fim do mês, e os desafios aparecem em todas as frentes. Nem todos estão preparados ou dispostos a lidar com esse nível de responsabilidade.
Isso não significa que quem não empreende é menos capaz ou ambicioso. O sucesso profissional pode ser alcançado de muitas formas. E, ter um bom desempenho como colaborador dentro de uma empresa, também é uma forma legítima e valiosa de realização pessoal e profissional.
O importante é que cada pessoa se conheça, entenda o seu perfil e os seus objetivos, e faça escolhas conscientes — com menos ilusão e mais propósito. Muitas pessoas acham que, por se fazer uma determinada tarefa bem ou ter sucesso nela, podemos empreender. Já conheci muitas pessoas que estragaram as suas vidas porque tinham um sonho de ter o próprio negócio, mas que depois não tiveram capacidades, ou de gestão ou na área financeira, e acabam por estragar toda a sua vida.
É fundamental apostar em formações nas áreas da gestão e do desenvolvimento pessoal, para podermos ser empreendedores de sucesso. Acredito que um líder tem que estar em constante formação.