Achegas para a história local (16) O Moinho e o Areeiro

20 Novembro 2024

É sobejamente conhecido e também um dos ex libris da freguesia. Trata-se do Moinho do Cabeço, situado no lugar do Cabeço Tinhoso, um lugar aprazível e de “bons ares”, por se tratar de um espaço florestal.

Foi construído por volta de 1922 por Francisco Crachat, de Porto de Mós, sendo mais tarde adquirido por José Vazão do vizinho lugar da Cavadinha, que com ele trabalhou durante alguns anos, passando-o depois ao seu filho Joaquim Morgado Vazão, que também trabalhou com ele.

Encontrando-se em muito mau estado, por volta de 1968/1969 foi o moinho cedido de forma verbal, à Junta de Freguesia das Pedreiras que, de colaboração com a Região de Turismo de Leiria e Câmara Municipal de Porto de Mós, o recuperou colocando-lhe um capelo e um novo braço de velas e, no interior, toda a engrenagem para funcionamento.

Devido a actos de vandalismo a autarquia das Pedreiras procedeu ainda a algumas intervenções, sendo recolocados o braço e as velas.

Depois dum processo judicial, devido aos herdeiros de Joaquim Vazão terem reclamado a propriedade do imóvel, foi dada a sua posse à junta de Freguesia das Pedreiras pelo Tribunal de Porto de Mós, tendo a autarquia procedido a obras de recuperação, mais uma, de modo a poder funcionar, ao mesmo tempo que realizava obras de embelezamento da zona envolvente, com a recuperação da Casa da Mula, até aí feita em pedra solta.

Em 28 de Junho de 1976 o Moinho do Cabeço foi classificado como de “valor concelhio”, como consta da acta número 12, da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Porto de Mós, datada de 6 de Julho de 1976: “Moinho do Cabeço na Freguesia das Pedreiras – Foi presente o ofício número dez mil e sessenta e cinco, de vinte e oito de Junho último, da Direcção-Geral dos Assuntos Culturais, no qual é comunicado que o moinho em epígrafe foi classificado como valor concelhio. A Comissão tomou conhecimento e deliberou comunicar o facto à Junta de Freguesia”.

Actualmente o largo sobranceiro ao moinho foi alargado e ali instalado um amplo miradouro, beneficiando assim a zona de lazer, onde se encontra um baloiço.

Próximo deste espaço foi construído e instalado um parque de campismo e caravanismo, um circuito de manutenção e implantado um campo de futebol sintético.

Não muito longe dali, já no sopé da Serra dos Candeeiros, junto ao Vale da Malhada, existe uma grande lapa onde se explorou areia, o areeiro do Vale da Malhada. 

Esta zona de rara beleza possui, além da gruta ou lapa, um pequeno largo onde se instalou um pequeno parque de merendas. 

Francisco Furriel, numa das suas obras escreveu que aquela gruta “é como um impressionante testemunho da presença do mar ali, antes das alterações geológicas, principalmente da era Secundária, que o encafuaram nos seus actuais limites”.