Eu Sou uma Mestre da Culinaria

17 Junho 2023
Texto

Cátia Beato

Algo que ando a melhorar aos poucos, desde que comecei a viver sozinha, são os meus dotes de cozinha. Como já estou a caminhar para as minhas vinte e oito voltas ao sol, é claro que, se não fico mais bonita então tenho de aprender outras habilidades que compensem estas rugas na testa. E quem melhor para me dar motivação do que o nosso Quim?
Se começarem a ler isto e vos vier à cabeça o porquê de eu não saber cozinhar, guardem esse pensamento. Porque aí está uma boa pergunta… para fazerem à minha mãe. Perguntem-lhe quem é me mandava para a sala ver o Canal Panda para não haver perturbações? Pois, porque tudo começou quando certa pessoa se lembrou de que, quando cozinha, gosta de ouvir o barulho da água a ferver. Deve de ser relaxante o som das bolhinhas de vapor. É que depois os pais admiram-se que os garotos de hoje em dia são todos viciados nas tecnologias e só mandam vir comida pela Uber quando vão para a Universidade. Se nos dão um telemóvel para as mãos para estarmos quietos é claro que é mais fácil mandar vir uma pizza do que fazer uma. Tá dito.

Eu cozinho, mas não sou nenhuma prodígia nem o faço muito bem sequer. Sei o básico. Quando era mais nova eu não sabia cozinhar por várias razões. Para todas as pessoas que me perguntam eu tinha uma razão diferente, mas alcançava sempre o mesmo resultado. Ficava sentadinha no sofá à espera de que me trouxessem a comida. Vejam lá se não era esperta. Para isto já não entregam prémios. Isso é que era. Olimpíadas para os atletas da procrastinação. O nome oficial seria os “Preguiça Games” e apenas teríamos de procrastinar nos sítios mais bizarros que podiam existir, tanto na realidade como no imaginário.

Imaginem comigo. Cinquenta pessoas sentadas ao sol, no Verão, encostadas a uma árvore nos campos quentes lá para os lados de Elvas. Desde que o sol nascesse até que se ponha. Ninguém se podia mexer e o sol iria de um lado para o outro da árvore. Quem aguentasse o dia todo, no outro dia teria de estar sentado à sanita a fazer scroll no TikTok. Assim sucessivamente. O prémio seria um comando de televisão feito de ouro, mas tão pesado que o vencedor não o iria conseguir levar para casa porque para isso tinha de se esforçar e como é um procrastinador profissional então prefere deixar o prémio para o ano seguinte. Mais uma ideia genial. Olhem a patente. Tou d’olho.

Mas o verdadeiro masterchef nacional é o nosso patriota, cantor de acordeão na mão, Quim Barreiros. Quem melhor que ele para nos ensinar como enfeitar a travessa. Desde a “Mestre De Culinária” ao “Pau Caiu na Panela”, ele já tem duas estrelas Michelin devido ao seu refogado de azeite, alho e cebola e o seu pau de loureiro. Temos é de ter cuidado para não mexer muito a panela pois imaginem o que seria “cozinhar com o pau lá dentro”.

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