Nesta altura do ano, é habitual o aumento do número de infeções respiratórias, ouvindo-se muito falar de constipação e gripe. Apesar de poderem ter uma apresentação semelhante, a gripe e a constipação são duas doenças diferentes, com causas, sintomas e gravidades também diferentes. Ambas são transmitidas de forma semelhante, pelo contacto com gotículas (saliva) de alguém infetado – libertadas ao falar, respirar ou tossir. Os tratamentos apenas servem para aliviar os sintomas.
A constipação pode ser provocada por centenas de vírus, sendo o mais frequente o rinovírus. Os sintomas limitam-se às vias aéreas superiores e instalam-se de forma gradual, resolvendo-se sozinhos ao fim de alguns dias. Manifesta-se por nariz entupido ou a pingar, comichão no nariz, espirros, diminuição do cheiro e sabor, olhos lacrimejantes, dor de cabeça e/ou garganta, tosse e febres baixas.
A gripe é causada pelo vírus influenza, e, ao contrário da constipação, os sintomas surgem de forma súbita, com febres altas (pode ir até aos 40ºC), dores musculares, cansaço extremo e perda de apetite. Apesar de desconfortável, em pessoas jovens e saudáveis, não é uma doença grave e pode resolver-se em uma semana. Por outro lado, nos grupos de risco – pessoas com doenças crónicas (asma, por exemplo) e idosos –, a recuperação pode ser mais longa e o risco de complicações é maior, podendo evoluir para pneumonia. Daí a importância da vacinação anual contra a gripe, por ser a única arma para a prevenção destas complicações.
Faça a sua própria gestão da infeção, não precisa de ir logo ao Médico – o que fazer?
O tratamento de ambas as doenças é sintomático. Não existe medicação específica para “matar” o vírus, é o corpo que faz esse trabalho. Os antibióticos não ajudam nestas situações uma vez que apenas matam bactérias, devendo ser usados de forma criteriosa, pois o uso inadequado e abusivo nestas situações pode criar resistências – a segunda causa de morte a nível mundial.
O tratamento é direcionado ao alívio de sintomas:
• Analgesia/antipiréticos (ibuprofeno ou paracetamol) para aliviar o mal-estar físico e diminuir a febre;
• Lavagens nasais com soro fisiológico ou água do mar para aliviar a congestão nasal;
• Anti-histamínicos para a tosse;
• Reforço da ingestão de líquidos para prevenir a desidratação.
• Repouso, tempo e paciência – Estas infeções levam o seu tempo a resolver, deve manter a calma e recorrer aos tratamentos de alívio.
Quando me devo dirigir ao Médico?
• Febre persistentemente alta que não cede com medicação, sobretudo após o terceiro dia;
• Dificuldade em respirar;
• Dor localizada (garganta ou ouvidos), intensa e que não melhora com os analgésicos.
Neste inverno, proteja-se, cuide da sua saúde e use máscara quando em contacto com alguém doente, lave as mãos com frequência e desinfete superfícies.
Evite ir às Urgências, faça a sua gestão da doença, em caso de dúvidas contacte o seu Centro de Saúde ou SNS 24.