Cátia Beato

Os avós é que sabem

7 Nov 2022

Agora é que foram elas, não é? Entretanto chega o Inverno, quero ligar o aquecedor e pimbas, está “bloqueado” pelo consumo exagerado de energia. Rebentaram com o stock de eletricidade e agora até é preciso trocar as luzes da rua. Onde paira o espírito de guerreiro ensinado pelos nossos avós?

Na minha infância não tinha aquecedor. Na escola havia um ou dois daqueles aquecedores a óleo colados na parede, mas que mal funcionavam. Aquele que trabalhava, só conseguia aquecer uns quatro pares de mãos ao mesmo tempo e, então, acabávamos por fazer turnos para ver quem ia ficar os próximos dois minutos ao frio. Ainda me lembro de comprar daquelas botijas elétricas, com formas de animais, para aquecer as mãos. E dos cobertores! Nós até levávamos cobertores para dentro da sala e metíamos por cima das pernas. Bons velhos tempos.

Agora as crianças levam o seu próprio aquecedor. O que na minha altura era impensável. Falta esta alma de sobrevivente nas gerações futuras. Tenho pena. Porém, não critico. A escola é das instituições que mais precisa de garantir o conforto e segurança de quem a usa que, neste caso, são as crianças. Não devemos rejeitar a ideia de que todos precisam de conforto, mas vá lá…somos crescidos. Conseguimos lidar com um bocado de frio. Agasalhem-se mais, bebam líquidos quentes. Ou então façam como a minha avó diz: “Se tens frio, mete o cu no rio”. Pode ser que ajude. A mim nunca ajudou.

Mas o que mais despertou a minha curiosidade nesta história da poupança de energia, foi o facto de quererem substituir as luzes da rua. Não é para me gabar, mas ultimamente tenho aprendido muito sobre luz. Por exemplo, sabias que uma das causas dos espirros pode ser a luz? Pensa nisto, alguma vez espirraste às escuras? Pois, é claro que não. Mais uma lição com a Cátia. Para a próxima é sobre cenouras.

Rebobinando ao assunto das luzes, se precisarem de uma recomendação de lâmpadas led eu posso indicar-vos as da marca Xiaomi, de controlo remoto e que até têm a opção do RGB, ou seja, que dá muitas cores! Garanto que funcionam e muito bem. É que eu posso colocar a cor que quiser e, ainda por cima, meter a lâmpada a piscar. Agora imaginem este esquema de cores, mas em Porto de Mós inteiro. Cada um compra uma lâmpada, coloca a luzinha no poste de iluminação que quiser, com o telemóvel muda a cor dela e ainda a pode meter a dançar. Um espetáculo de luzes o ano inteiro! Depois disto, quem disser que a vila não tem vida durante a noite, engana-se. Porto de Mós em festa “all night long”!

Em suma, é claro que eu gostava de ter o aquecedor ligado o tempo todo, não sou nada amiga do frio. Gosto é do quentinho. Se pudesse, no inverno, trabalhava embrulhada nos lençóis o dia inteiro. Contudo sempre me ensinaram que, quer faça chuva ou faça sol, uma pessoa não pode parar. Pois é, o que foi feito desta célebre expressão? Já ninguém diz isto? Aposto que não. Agora é “faça chuva ou faça sol, mas desde que leve o meu aquecedor está tudo bem”. Muito mais chique.