A inflação é o aumento generalizado dos preços dos bens e serviços. Quando os preços aumentam, o poder de compra diminui, sendo necessário mais dinheiro para comprar a mesma quantidade de bens e serviços. Isto provoca um aumento nas despesas e uma diminuição no orçamento disponível para outras coisas, como a poupança ou investimentos. A inflação tem também impacto nos investimentos: Se os preços subirem mais do que as taxas de rendimento das poupanças, o valor real dos investimentos vai diminuir. Isso terá impacto na capacidade das famílias constituírem poupança para a reforma, por exemplo, ou para outros objetivos financeiros de médio e longo prazo.
Para combater a inflação, as taxas de juro são aumentadas pelos bancos centrais, porque taxas de juro mais altas reduzem o nível de gastos na economia. Com o aumento das taxas de juro, fica mais caro o acesso a crédito, diminuindo o nível geral de procura por bens e serviços na economia, procurando reduzir os preços e, por sua vez, a inflação.
Em 2023, os novos empréstimos serão mais caros e será mais difícil obter dinheiro emprestado. Também os empréstimos existentes serão afetados e as prestações já subiram e irão subir mais. O Banco Central Europeu prevê continuar a subir as taxas Euribor e que, desta forma, a inflação diminua para 3% no final de 2023 e para 2% até 2025.
Existem, no entanto, algumas medidas que as famílias podem tomar para se protegerem. O primeiro passo deve passar pela redução do endividamento. Níveis elevados de dívida representam uma carga financeira elevada. Pagando dívidas e evitando utilizar o cartão de crédito e contrair novos empréstimos, as famílias podem reduzir a sua exposição à inflação. Um passo importante nesta altura passa pela redução de despesas desnecessárias e consequente aumento das poupanças. Isto permite às famílias garantir que têm um “colchão” financeiro ao qual podem recorrer.
No que toca ao investimento, uma das formas mais eficazes de proteção é o investimento em ativos que valorizem à medida que a inflação aumenta. Por exemplo: ações, imóveis e metais preciosos têm tido historicamente boas performances durante períodos de alta inflação. Ao investir nesses ativos, as famílias podem garantir que as suas poupanças não sejam erodidas pela inflação.
Os investimentos que geram “rendas” são também uma boa forma de proteção contra a subida generalizada de preços. Produtos como as obrigações, ações que paguem dividendos e o investimento imobiliário podem proporcionar um fluxo contínuo de rendimentos que ajuda a compensar os efeitos da inflação.
Por fim, é importante lembrar que a inflação é uma parte natural da economia e não é possível eliminar completamente o seu risco, mas, seguindo as estratégias acima, as famílias podem reduzir a sua exposição à inflação e proteger o seu bem-estar financeiro, preparando-se assim para a turbulência de um ano de 2023 que se prevê, bem agitado.