José Conteiro

Talvez seja útil

13 Fev 2023

Não vou “armar ao pingarelho”, nem “nadar fora de pé”. Eu não percebo nada de saúde. Esta minha ignorância é de tal ordem que se alguém me disser que só os “artolas” é que sofrem de artroses, eu não tenho argumentos técnicos nem científicos para me pronunciar sobre isso. Apesar disto, decidi alinhavar este texto empurrado pela quadra do António Aleixo que se ajuste ao meu caso:

“Não tenho vistas largas
nem grande sabedoria
Mas dão-me as horas amargas
Lições de filosofia”

Em meados de setembro senti uma dor forte no peito e costas. Fui às urgências hospitalares e diagnosticaram-me esforço muscular que coincidia com uma atividade, fora da rotina, que eu tinha feito nos dias anteriores. Porém, no dia seguinte, apareceram-me manchas vermelhas. Fui novamente às urgências e diagnosticaram-me “Zona” Os portugueses chamam-lhe “cobrão”. A partir daí foi um calvário com mais seis urgências, espaçadas no tempo, e duas consultas a especialistas. Durante estes quatro meses, tenho dormido mal, e andado enrolado do sofá para a cama, da cama para o sofá e daqui para o hospital ou em sentido inverso. Fui aconselhado, por vários amigos e familiares, para recorrer a tratamento alternativo. Não tenho a certeza da ordem dos nomes de medicamentos que se seguem, mas fiz três radiografias, esfreguei as manchas com Aciclosina e trigo torrado (tem mau cheiro, muito persistente e agarra-se à roupa). Tomei Aciclovir, Pantoprazol, Dolocalma, Adalgur, Esomeprazol, Tramadol, Buscopan, Exxiv, Valaciclovir, Nocotil, Lodocaina, Gabalpentina, Bilastina, Metamizol, e Tecretol CR 200. Este último medicamento parece ter produzido algum efeito. Atua nos nervos que saem da medula e dão a volta ao peito. A origem deste, pouco divulgado, problema é o vírus da varicela que se aloja na medula à espera de uma baixa nas defesas do organismo. Esta baixa aconteceu-me com o avançar da idade e com o confinamento seguido da COVID-19. Ultimamente tenho visto alguma publicidade aconselhando as pessoas com mais de cinquenta anos a falarem com o seu médico de família e a vacinarem-se contra a “Zona”, cujo nome me custa a escrever e já retirei do meu vocabulário. Aconselho os meus familiares e amigos, que se encontram nestas circunstâncias, a vacinarem-se. A vacina não faz parte do plano nacional e custa cerca de 150 euros, mas talvez seja útil. Votos de Boa Saúde.