Em meados do século XIX com o início da exploração do carvão nos concelhos de Porto de Mós e Batalha, começou a pensar-se em construir uma linha de caminho de ferro que escoasse, com maior rapidez, o produto explorado.
Por volta do ano de 1889 foi mesmo anunciado um projeto de caminho de ferro que ligasse Leiria e a Batalha, com um ramal para o Reguengo do Fetal.
Porto de Mós entraria num projeto de linhas férreas nos finais da década de 1910, sendo que na década de 1920 é autorizada a construção de uma linha de caminho de ferro que ligava a Martingança (Linha do Oeste) a Porto de Mós.
Mas as intenções de criação de uma linha de caminho de ferro para as populações para os concelhos de Batalha e Porto de Mós surgiram com o projeto que ligava Tomar a Nazaré, com passagem por aqueles concelhos.
Foi por isso que nos finais de setembro princípios de outubro de 1911, se realizou na Câmara Municipal de Porto de Mós uma reunião «a fim de conferenciarem com a Câmara Municipal sobre o caminho de ferro», que haveria de partir «Thomar e passe a Leiria, Batalha, Porto de Mós, Alcobaça e Nazareth», como refere o semanário “O Povo de Porto de Mós”, datado de 5 de outubro de 1911.
De acordo com a notícia, a comitiva composta por João Vierling, Castro Lopes, Levy Marques da Costa, Visconde de Assentis e Vieira Guimarães, foi recebida «na salla das sessões da Câmara Municipal pelo seu presidente Ignacio dos Santos e a maioria dos vereadores».
Nesse encontro foi explicada «a conveniencia do caminho de ferro passar em Porto de Mós», mas para que a construção não fosse demorada «por incidentes burocráticos», a câmara deveria auxiliar a empresa construtora e concessionária «representando junto do governo da República» em favor desta linha de caminho de ferro.
Em resposta, o edil portomosense referiu que ao pedir a construção dessa linha «não fazia mais que o seu dever», pois era de grande importância para «o desenvolvimento do commercio e industria deste concelho certamente dos mais pequenos em população, mas dos maiores na industria de minérios, objectos de cerâmica, manufacturas de mantas, exportação de peles, mármores, calcareo branco macio, feldespato, etc».
A notícia adiantava que a assistência a esta conferência «foi numerosa» e que após a reunião a comitiva partiu para Alcobaça com a mesma finalidade.
Mais tarde, a comissão oficial, encarregada de rever o plano da rede ferroviária da região centro, enviou à Câmara Municipal de Porto de Mós um mapa contendo «traçado das linhas que ella propõe» que tinha início no Entroncamento e passava por Torres Novas até Porto de Mós, onde «biforca por um lado para Alcobaça e Nazaré e por outro lado para Batalha e Leiria».
Note-se que nenhum destes projetos se concretizou.
Referência: Arquivo Municipal de Porto de Mós